Para emplacar qualquer negócio no século 21, é preciso sempre ter em mente o processo circular para recursos humanos e principalmente, recursos naturais. Então, como você começa esta jornada? Antes de começar a desenvolver um produto, é importante explicar o valor que seu modelo de negócios está captando. 

Portanto, devemos determinar qual valor não é capturado pelo modelo de negócios atual. A partir daí, você pode identificar lacunas de valor e definir estratégias para capturar valor na lógica da economia circular. Assim sendo, abaixo estão listados cinco modelos de negócios baseados em energia circular, que visa principalmente o desenvolvimento sustentável e a reutilização de recursos.

Produto como serviço

Esse tipo de modelo de negócio é o mais completo, onde você passa a compartilhar o produto como um serviço. A empresa que produz detém aquele produto e passa a então ser responsável por acompanhar a sua utilização até o final do seu ciclo de vida, facilitando assim a economia circular exigindo maiores mudanças nos processos da empresa. Muitas vezes ele combina características de outros tipos de modelos de negócio, como é o caso da extensão da vida útil do produto.

Neste método, muda-se totalmente a forma como a empresa se relaciona com o cliente e seus parceiros: o cliente deixa de ser proprietário do item, e isso “dá menos dor de cabeça” a ele. O cliente passa a aproveitar mais o uso do produto (experiência), e questões como manutenção, por exemplo, passam a ser resolvidas pela empresa.

Com isso, a empresa se aproxima do cliente e passa a entender melhor suas dores, necessidades e expectativas. Em um mundo cada vez mais competitivo, entender melhor para que se vende nunca foi tão importante.

E como esse tipo de modelo de negócio contribui para uma economia circular? É tudo uma questão de sinergia. Aumentar a durabilidade do produto aumenta a rentabilidade do negócio e reduz o consumo de recursos naturais. O fim de vida do produto passa a ser responsabilidade da empresa, permitindo que peças sejam reaproveitadas. Além disso, um produto pode atender a mais de um cliente com maior facilidade, reduzindo assim o consumo de recursos.

Compartilhamento

O modelo de negócios compartilhado é centrado na experiência do usuário. Assim como no modelo de produto como serviço, o foco aqui é que o produto atenda às necessidades de várias pessoas. Isso significa aumentar o uso de produtos e reduzir a necessidade de produzir mais – isso não significa produzir menos.

Uma diferença entre esse tipo de modelo com o de produto como serviço é de que o produto fica disponível para um grupo de pessoas, que, a qualquer momento, pode utilizá-lo.

Os modelos de negócio de compartilhamento podem ser monetizados e não monetizados. Nesse segundo tipo, o principal propósito é resolver algum problema do usuário ou da sociedade.

Recuperação de recursos

O principal objetivo desse modelo de negócio é recuperar valor dos recursos por meio de estratégias como reciclagem e uso em cascata em malha fechada ou aberta.

Nesse modelo, processos de logística reversa e parceiros de reciclagem são a chave do sucesso. Além disso, métodos como ecologia industrial (resíduos = matérias-primas) e visão intersetorial podem tirar proveito de suas aplicações. Isso ocorre porque os recursos reciclados nem sempre podem ser reinseridos na mesma cadeia de valor.

Além disso, em cadeias de valor que envolvem consumidores finais, os clientes têm papel chave em devolver os produtos.

Extensão da vida útil do produto

A proposta de valor da economia circular neste modelo é muito clara: restaurar o valor estendendo a vida útil do produto.

A vida útil do produto pode ser estendida por meio de remanufatura, recondicionamento, manutenção, atualização e reutilização. Por exemplo, para produtos de maior valor agregado, recomenda-se adotar estratégias como upgrade, remanufatura, reforma e manutenção. Para produtos de menor valor agregado, o uso repetido pode fazer mais sentido, como embalagens plásticas.

Cabe destacar que ao escolher essa estratégia, o design do produto deve ser orientado à ela

Insumos circulares

Os modelos de negócio que se utilizam de insumos que podem ser ou foram restaurados, como os reciclados e renováveis são conhecidos como modelos de negócio de insumos circulares.

Em essência, esses modelos capturam valor a partir da escolha de matérias prima que são: recicladas, renováveis, biodegradáveis, não tóxicas e possuem menor pegada ecológica.

Além disso, a energia utilizada na cadeia de valor tem origem renovável, e a escolha e combinação das matérias primas e componentes facilitam estratégias de circularidade no fim de vida do produto.